Abordagem repressiva não resolve problemas de usuários de crack, diz ONG
Camila Boehm – Repórter da Agência Brasil
O relatório da ONG apresentou três ações que tiveram sucesso em mudar a dinâmica das chamadas cracolândias brasileiras.
Modelos de tratamento a usuários de crack aplicados no Brasil e avaliados pela Open Society Foundations (OSF), fundação internacional que trabalha na área de justiça e direitos humanos, mostraram que a abordagem repressiva contra essas pessoas não é a solução. “Achar que é possível resolver o problema de drogas, sobretudo em uma cena de uso pública, nas ruas, com pessoas muito vulneráveis, pessoas em situação de rua, com polícia não funciona”, disse Pedro Abramovay, diretor para América Latina da OSF.
O relatório “Crack: Reduzir Danos - Lições Brasileiras de Saúde, Segurança e Cidadania”, feito pela entidade, foi apresentado hoje (31) em evento na capital paulista e apresenta três ações que tiveram sucesso em mudar a dinâmica das chamadas cracolândias brasileiras. Uma dessas é o Programa de Braços Abertos, da prefeitura de São Paulo, lançado na gestão de Fernando Haddad.
As outras duas são: “Aproximação - A Cena de Drogas da Rua Flavia Farnese”, feito pela Ong Redes da Maré, do Rio de Janeiro; e “Atitude - Atenção Integral aos Usuários de Drogas e seus Familiares”, do governo de Pernambuco.
Justiça Federal no DF obriga Anvisa a liberar canabidiol e THC
Agência vai recorrer de decisão judicial que autorizou a importação de medicamentos derivados da maconha. No DF, familiares de pacientes que precisam dos remédios recebem a promessa de conversa com o governo sobre distribuição gratuita
Resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou a prescrição e a importação de substâncias com canabidiol (CBD) e tetrahidrocannabinol (THC). A medida sai duas semanas depois da derrubada do veto que impedia a distribuição gratuita de medicamentos derivados da maconha na rede pública de saúde do DF. A publicação da agência ocorreu em cumprimento a decisão da Justiça Federal no DF. Os componentes são usados como alternativa quando o paciente não tem sucesso com tratamentos convencionais. Mas a própria Anvisa avisou que pretende recorrer da decisão.
Deputados distritais derrubam veto do governo e mantêm no DF a distribuição sem custos do canabidiol
Nesta terça-feira (8), a Câmara legislativa derrubou o veto do governador Rodrigo Rollemberg que impedia a distribuição gratuita de medicamentos à base de canabidiol, alegando que o governo não tinha recursos para custeá-la.
O uso controlado da substãncia foi permitida pela Anvisa no mês de Janeiro deste ano. Ela ajuda no controle de algumas doenças, entre elas a epilepsia.
O governador tem 30 dias para sancionar ou vetar a medida. Se for sancionado, o governo agora será obrigado a fornecer o medicamento pela rede pública. Ele custa em média R$ 1,5 mil cada ampola.
Livro aborda população em situação de rua e usuários de crack e outras drogas
Organizado por Mirna Teixeira e Zilma Fonseca, o livro “Saberes e Práticas na Atenção Primária à Saúde” traz uma coletânea de artigos com reflexões sobre o acesso das pessoas em situação de rua aos serviços públicos de saúde, bem como as circunstâncias sociais que a população com uso problemático de álcool, crack e outras drogas enfrenta.
Os artigos foram escritos por profissionais inseridos no campo da saúde pública e narra experiências dentro do Sistema Único de Saúde e iniciativas como os Consultórios na Rua.
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