“A Cracolândia é o chão dos sem chão. E eu cuido dos pés que pisam ali”, conta enfermeira
Por Gabriela Moncau, para Vozes da Rua
Fotos de Giorge de Santi
“A mente começa a entrar num sofrimento por causa de tudo o que você passou na vida. A maneira como as pessoas te olham, te recebem, e aí você começa a consumir a pedra e a andar, latejando essa dor”, falou Rosana* um certo dia para Agostinha, trazendo uma das reflexões que embasariam o projeto Por onde andei – pés, por que me trouxeram aqui? que a enfermeira mineira busca construir hoje na região da Cracolândia, no centro de São Paulo. Rosana é travesti, usa crack, fazia programa na região da rua Augusta e é soropositiva. “Você vai fumando e caminhando, perde a noção do tempo e da vida, se martirizando com as lembranças. Enquanto você anda, vai abrindo as feridas no pé. É como se essas feridas aliviassem a dor da mente, como se a dor descesse para os pés”, descreveu: “Depois a dor passa para o coração. E vêm as lágrimas... Você chora, chora, chora. Aí você olha para os pés e as feridas estão mais rasas. É quando você começa a se reconhecer e ver que vale a pena viver”.
Certificados do Curso de Capacitação para o Sistema Socioeducativo do Distrito Federal: Adolescentes em Conflito com a Lei, Uso de Drogas e Direitos Humanos
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Artigo investiga benefícios dos canabinóides no tratamento do crack
Por Pedro Ceballos
O IJDP (The International Journal of Drug Policy) acaba de publicar um artigo sobre os possíveis benefícios do canabidiol (CBD) no tratamento de usuários de crack.
Do autor Benedikt Fischer, com colaboração de Sharan Kuganesan, Andrea Gallassi, Renato Malcher-Lopes, Wim van den Brink e Evan Wood, o texto advoca por pesquisas mais rigorosas sobre o potencial do CBD, que já provou ser de uso terapêutico para diversas doenças neurológicas, auxiliando a aliviar convulsões, ansiedade, problemas de sono e de apetite.
Dadas as poucas opções de tratamento para o uso do crack e o alto índice de uso abusivo dessa substância, pesquisas nessa área poderiam ser de grande valia. Confira o artigo aqui.
Fonte: Paltaforma Brasileira de Política de Drogas. Disponível aqui.
Ligue 132 prestou 20 mil atendimentos a usuários de drogas em 2015
Cocaína e seus derivados, como o crack, representaram 39% dos atendimentos
A Central de Atendimento sobre Drogas, o Ligue 132, realizou mais de 20 mil atendimentos em todo o Brasil até novembro de 2015. Destacam-se as chamadas referentes à cocaína e seus derivados, como o crack, que representaram 39% dos atendimentos no ano.
Desde 2014, a cocaína é a droga com mais questões atendidas pelo serviço. Em junho, o Ligue 132 completou 10 anos de atendimento à população brasileira. Nesse período, foram realizados mais de 140 mil atendimentos efetivos em todo o País.